Os produtores de vinho do Vale dos Vinhedos, na região serrana do Rio
Grande do Sul, ganharam o registro de indicação geográfica (IG), na modalidade
denominação de origem (DO), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI). O presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos
Vinhedos (Aprovale), Rogério Carlos Valduga, comemorou a decisão do INPI,
anunciada hoje (11), na capital fluminense. O novo registro se soma ao
anterior, concedido em 19 de novembro de 2002, que tornou os vinhos e
espumantes da região os primeiros produtos brasileiros com indicação
geográfica, na modalidade indicação de procedência (IP). O INPI informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que a denominação de origem é a espécie de
IG mais complexa e valiosa. O registro evidencia um diferencial, disse à
Agência Brasil o presidente da Aprovale. ''A indicação geográfica demonstra que
o produto é um patrimônio regional. Você tem normas para preservar a identidade
do produto'', declarou. Com o novo registro, a perspectiva é obtenção de
maiores vantagens. ''Com certeza, a DO vai ressaltar cada vez mais a qualidade
dos nossos produtos, porque quando ela reconhecida, passa a carregar o nome de
uma região. Ou seja, denominação de origem Vale dos Vinhedos. Isso é
extremamente importante''. Com a DO, o produto passa a ser relacionado com a
terra, as pessoas, a história e a região. Além disso, ela também atua no
controle, desde a seleção e o início do plantio das uvas, até a produção final
dos vinhos. ''Vai fazer com que o consumidor, quando estiver na gôndola de um
supermercado ou na mesa de um restaurante, ao escolher um vinho com denominação
de origem Vale dos Vinhedos, vai ter a tranquilidade e a garantia da qualidade
do produto dentro daquela garrafa'', observou Valduga. Os produtores têm agora
prazo de 60 dias para pagar a taxa de expedição do certificado para que ele
entre em vigor. A medida atenderá solicitação feita em 2010 pelas 31 vinícolas
associadas à Aprovale. A produção do Vale dos Vinhedos varia entre 12 milhões e
14 milhões de garrafas de vinho por ano, com destaque para as variedades
merlot, entre as uvas tintas, e chardonnay, entre as uvas brancas, que melhor
se adequaram à região. ''Sobressaem em função da sua qualidade, em virtude de
essas videiras terem se adaptado muito bem ao solo e ao clima da nossa
região''. A partir da concessão do primeiro registro de IG, em 2002, na
modalidade indicação de procedência, a produção e a comercialização da região
aumentaram cerca de 30%. Com o novo registro de denominação de origem, a
expectativa é ''crescer, pelo menos, mais 10%'', estimou Rogério Valduga. Os
pequenos produtores do Vale dos Vinhedos têm média de 2,5 hectares plantados
por família. Nesse processo, é importante a agregação de valor em função da
qualidade, destacou Valduga. ''Porque a gente consegue até pagar mais ao
produtor. Com isso, ele consegue permanecer na terra, porque ele vai
rentabilizar mais''.
Fonte: Agência Brasil
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