O governo federal quer acelerar o processo de registro de
patentes de produtos considerados de interesse público, como medicamentos, por
exemplo. Hoje, pesquisadores brasileiros chegam a esperar mais de dez anos pela
análise de um pedido.
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“Patente é
a receita para implementar a ideia. Um exemplo que eu gosto é o pãozinho de
queijo. A patente vai ser a receita do pãozinho de queijo”, explica Richard
Stephan, professor de engenharia-COPPE.
O trem de
levitação teve o primeiro pedido de patente negado. Dois anos já se passaram
desde o segundo pedido.
Depois que
a documentação de um novo projeto ou produto chega ao Instituto Nacional da
Propriedade Industrial, vai demorar a ser aprovada. O inventor não vai levar
menos que oito anos para receber a carta patente ou o certificado da invenção.
O Inpi promete que esse tempo vai diminuir com algumas medidas.
Uma delas é
a contratação de mais profissionais. Outra, a possibilidade de pedir a patente
pela internet.
“A gente
espera que a decisão sobre patentes não demore mais do que quatro anos a partir
do depósito, e que o número de patentes de brasileiros aumente pelo menos 20%
ao ano”, aponta Jorge Ávila, presidente do Inpi.
Mas
enquanto a promessa não se realiza, muitos projetos permanecem parados. Um
deles é uma esperança que atrai gente até do exterior. Graças a uma pesquisa da
Universidade Federal Fluminense, o estudante Anderson Alencar caminha, conversa
e vive. O primeiro sinal de que algo estava errado veio aos 19 anos de idade.
“Eu lembro
que eu estava no colégio, em frente ao quadro. Eu enxergava tudo embaçado”,
conta Anderson.
O
diagnóstico: câncer no cérebro. Anderson só teria mais alguns meses de vida,
mas já se vão quatro anos.
“Acreditei
e até hoje está sendo maravilhoso”, comemora Jacqueline Alencar, mãe de
Anderson.
Os
pesquisadores usam uma substância chamada álcool perílico, extraído das frutas
cítricas, para combater diretamente as células doentes. Muitos pacientes vêm do
exterior em busca dessa esperança, mas, sem um laboratório que produza o
material, não há como expandir o tratamento. O primeiro passo para a produção
em larga escala é a patente, pedida em 2001.
“Até hoje
ainda não há nenhuma decisão definitiva. Hoje ainda está em fase de cumprimento
das exigências do parecer técnico”, afirma o advogado Alexandre Costa.
A mesma
equipe fez o pedido de patente nos EUA e conseguiu em dois anos. Por aqui,
parece mais fácil para os pesquisadores combater doenças, desafiar a lógica e
realizar o improvável do que vencer a burocracia.
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