O plenário do Senado
aprovou nesta quarta-feira (3) o projeto de lei que define as condições de
arrecadação e distribuição de direitos autorais de obras musicais.
Pela proposta aprovada,
o Ecad passa a ser fiscalizado por um órgão específico e terá de prestar
informações precisas sobre a distribuição dos recursos. O relator, senador
Humberto Costa (PT-PE), acatou emenda do líder do PSDB, senador Aloysio Nunes
Ferreira (SP), que estabelece que o órgão fiscalizador deverá ser ligado à
administração pública, mas não necessariamente ao Ministério da Cultura.
Outra emenda do líder oposicionista que foi
acatada estabelece que as emissoras de rádio e televisão terão prazo até o dia
10 de cada mês para repassar ao Ecad a lista com as músicas que foram
utilizadas no período, o que deve facilitar a cobrança e a fiscalização sobre o
repasse dos recursos.
O projeto também estabelece a redução da
atual taxa administrativa cobrada pelo escritório de 25% para 15%, garantindo
que os autores recebam 85% de tudo o que for arrecadado pelo uso das obras
artísticas.
Outra mudança que a proposta faz é em relação
aos créditos retidos quando o Ecad não identifica os autores da obra. Pelo texto,
essas arrecadações só podem ficar retidas durante cinco anos e, depois,
precisam ser distribuídas proporcionalmente pelos detentores de direitos. A
mudança evita que o dinheiro seja usado para equilíbrio de finanças
ou pagamento de prêmios, por exemplo.
O projeto foi proposto após a apresentação do
relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ecad, que funcionou
no Senado no ano passado. Um grupo de cerca de 20 artistas, como Caetano
Veloso, Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Lenine e Carlinhos Brown, acompanhou as
negociações para a votação e alguns deles tiveram reuniões com o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com a presidente Dilma Rousseff. Eles foram
acompanhados pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e depois assistiram à
sessão de votação do projeto de lei.
As alterações, no entanto, ainda não estão
valendo. O projeto de lei precisa passar pela Câmara dos Deputados, onde poderá
ser alterado. Se forem feitas modificações ao texto aprovado no Senado, o texto
precisará retornar para última análise dos senadores antes de seguir para
sanção da presidenta Dilma.
Fonte: http://epoca.globo.com
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